terça-feira, 17 de julho de 2012

MEXICANO NO CIRCO


Nem sempre as grandes atrações circenses estão dentro do picadeiro, embaixo da tenda. É o caso do Lê Cirque, cuja frota - relativamente nova - é composta por veículos de vários países, adquiridos em suas viagens internacionais. Dois desses veículos se destacam: são duas unidades Volvo White, fabricadas em Monterrey, no México, porém com sangue americano. Segundo Jorge Stevanovic, um dos proprietários do circo, os dois caminhões foram comprados em 1996, o mesmo ano em que um grupo de transportadores de Santos (SP) importou alguns caminhões semelhantes em função da então desvalorização do dólar em relação ao Real.
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Os dois veículos são equipados com motor Cummins da série N, de 14 litros e seis cilindros em linha. Cada um desenvolve 535 cv de potência, conforme relata Stevanovic e a caixa de câmbio de 16 velocidades é Spicer, sem anéis sincronizadores, ou seja, a mudança tem de ser feita no 'tempo', na rotação exata, acelerando ou desacelerando o giro do motor. Ainda no trem-de-força, os dois eixos são tracionados (6X4), "ideais para suportar os trancos e movimentos bruscos gerados pelas oscilações, laterais ou não, dos elefantes", relata Jorge.
Este modelo foi um dos pioneiros na quebra do clássico paradigma norte-americano, em que um caminhão teria de ter um capô longo e reto, com cromados por todos os cantos. Além disso, segundo essa concepção, o escapamento e o suporte dos filtros de ar deveriam alojar-se fora da cabine, deixando o veículo bastante imponente. Era algo que comprometia a aerodinâmica dos pesadões da classe 8, como são conhecidos os brutos com capacidade acima de 36 toneladas de PBTC nos Estados Unidos.
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A cabine do Volvo White tem leito integral. Não é tão espaçosa para os padrões norte-americanos,mas suficiente para acomodar com tranqüilidade o motorista e um acompanhante. Normalmente, nos EUA, o posto de condução e a área de descanso são construídos, separadamente, nos caminhões mais tradicionais, e no caso do Volvo era uma novidade, visto que constituíam uma única peça. Além disso, dentro dela também se observa outro sinal da influência européia no projeto: o painel recurvado, que facilita o acesso aos comandos e teclas, além da ampla área envidraçada.
O fato é que a White, já na década de 70, adotava tal filosofia, com a renúncia de certos aspectos construtivos, meramente decorativos, muito comuns à concorrência, cujas características davam ao caminhão norte-americano um visual pouco funcional. Mas aí se valorizava bastante o visual, sempre muito imponente, pois os cargueiros de lá eram dotados de um longo capô reto, com cromados por todos os cantos, além dos escapamentos verticais e suportes de filtros externos, elementos que penalizavam o consumo.
Na década de 80, através de algumas fusões e aquisições, foi formalizada a Volvo GM Corporation, onde, posteriormente, a empresa de marca sueca assumiu o comando do mercado da América do Norte. Por algum tempo, a Volvo trabalhou aquele mercado através das marcas White, Autocar e White GMC, resultantes de tais acordos. Hoje, a marca Volvo está bastante solidificada nos EUA e tornando-se um dos principais fabricantes daquele mercado. Detalhe do projeto: os faróis do Volvo White, por exemplo, são os mesmos usados na linha NL, fabricada no Brasil entre 1989 e 1999 (SC).
Fonte:O carreteiro

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